AQUECIMENTO GLOBAL

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Polo Norte deve degelar já em 2019

Dentro de uma década, o polo Norte vai ser um grande oceano aberto --sem gelo-- durante o verão. A previsão científica, anunciada ontem, é do projeto Catlin Arctic Survey, liderado por Pen Hadow, tradicional explorador polar. O grupo analisou o comportamento do gelo ártico por três meses.

Os cientistas mediram várias características do gelo na parte norte do mar de Beaufort, ao redor do polo Norte. A maior parte do gelo da região tem ao redor de 1,8 metro de espessura. Por ser fino, tudo isso vai derreter no próximo verão, estimam os cientistas.

Água líquida correu sobre geleiras no polo Norte no verão ártico, em abril; polo Norte pode degelar já em 2019, diz grupo
Água líquida correu sobre geleiras no polo Norte no verão ártico, em abril; polo Norte pode degelar já em 2019, diz Catlin Arctic Survey

O problema é que a região estudada, tradicionalmente, apresenta várias camadas de gelo. As mais velhas não costumam derreter tão rápido.

"Como grande parte da região é agora recoberta por um gelo de menos de um ano, claramente ela está mais vulnerável", afirma Peter Wadhmas, pesquisador da Universidade de Cambridge que participou das análises dos dados. "Toda a área está agora mais suscetível a se transformar em uma grande zona aberta a cada verão", diz Wadhmas.

Novo consenso

De acordo com o pesquisador, os dados do projeto Catlin corroboram o novo consenso de que os verões no Ártico não terão mais gelo dentro de 20 anos e que o grande decréscimo na formação desse gelo vai ocorrer nos próximos dez anos.

"O oceano Ártico desempenha uma posição central no sistema climático da Terra", diz Martin Sommerkorn, da ONG WWF. Um impacto na região, portanto, poderia ter consequências em áreas bem distantes do polo Norte.

"Esse processo poderá causar inundações que afetarão um quarto da população mundial, aumentar de forma substancial as emissões de gases-estufa [que costumam ser aprisionados pelo gelo] e provocar mudanças climáticas extremas", diz o ambientalista.

A abertura definitiva do Ártico, pelos menos durante os verões boreais, poderá ainda ter um impacto econômico.

O rápido degelo da região, dizem os analistas, poderia criar uma rota oceânica regular entre os oceanos Atlântico e Pacífico, o que provavelmente passaria a ser explorado pelas empresas de navegação.

Com Folha de S.Paulo

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

14 mil Km2 de gêlo à deriva: Antártica começa a se desfazer


Uma conhecida ponte de gelo – chamada plataforma Wilkins — que ligava uma plataforma congelada—do tamanho da Jamaica — a duas ilhas na Antártica partiu-se em Maio passado.

O colapso desta estrutura (de 14.000 Km2) nos dá uma idéia ainda mais precisa das mudanças regionais no continente. Situada no lado oeste da Península Antártica, a plataforma Wilkins vem diminuindo de tamanho desde a década de 1990. Há anos, que esta ponte de gelo, era considerada um marco, uma barreira importante, pois ajudava a manter o resto da estrutura de gelo estável.

O colapso e com ele a remoção desta ponte vai permitir que o gelo circule mais livremente – em mar aberto—entre as ilhas Charcot e Latady. Esta ligação de gelo conhecida como “a ponte” quebrou-se no seu ponto mais fino e frágil. Já se acompanhava o progresso das rachaduras que Agência Espacial Européia havia indicado através de fotografias de satélite nesta grande “escultura” de gelo. Alguns recém-formados Icebergs foram vistos no mar no lado ocidental da península, o ponto mais próximo do extremo sul da América do Sul.

Sabe-se que a plataforma Wilkins estava estável desde 1930 – e provavelmente também estivera estável por muitas décadas antes disso, lembrou o Professor David Vaugham, especialista em geleiras com o Centro Britânico de Pesquisas na Antártica, e que havia colocado um aparelho de GPS na ponte em janeiro deste ano. Ele também disse que já se previa o rompimento da ponte e que é provável que a prateleira de gelo por trás seguirá o mesmo caminho.
Afinal, é possível reverter totalmente o aquecimento?

Não. O máximo que se pode fazer é reduzir o ritmo. Caso se reduzam as emissões globais entre 60% e 70% até 2050, a temperatura subirá até o fim do século entre 2 e 2,5 graus. Se não se fizer nada, ela poderá aumentar entre 4 e 5 graus no mesmo período, com efeitos desastrosos.

AS GELEIRAS ESTÃO DERRETENDO





FOTOS DO AQUECIMENTO GLOBAL